A obesidade está associada a uma inflamação crônica de baixo grau, que compromete o sistema imunológico e acelera o envelhecimento precoce das células imunológicas, um fenômeno denominado imunossenescência precoce. Esse quadro aumenta a suscetibilidade a doenças infecciosas e crônicas, como diabetes e condições cardiovasculares. Além da inflamação, a obesidade provoca alterações metabólicas, principalmente ligadas a lipídios, contribuindo para o desenvolvimento do diabetes tipo 2 e outras doenças crônicas não transmissíveis.
Pesquisadores da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) demonstraram que um protocolo de treinamento físico de 16 semanas, que combina musculação e exercícios aeróbicos, é capaz de reverter os efeitos nocivos da obesidade, como o aumento da circunferência abdominal e a perda de massa magra. Os resultados indicaram uma melhora na função do sistema imunológico e na metabolização de lipídios, evidenciando o papel do tecido muscular na liberação de miocinas que promovem alterações benéficas em diversos mecanismos corporais.
Os estudos avaliaram 167 indivíduos, incluindo obesos e diabéticos, e mostraram que, após o treinamento, os marcadores de imunossenescência retornaram parcialmente aos níveis ideais. Esse protocolo de exercício físico não apenas promove benefícios estéticos, mas também atua de forma significativa na saúde, revertendo processos relacionados à obesidade. A pesquisa ressalta que o exercício físico é uma estratégia viável e recomendada para combater os efeitos prejudiciais da obesidade e melhorar a qualidade de vida das pessoas afetadas.