O ex-ministro da Justiça prestou depoimento à Polícia Federal por videoconferência, abordando a atuação da Polícia Rodoviária Federal durante o segundo turno das eleições de 2022. A oitiva, que durou cerca de duas horas, teve como foco as acusações de que a PRF teria sido utilizada para restringir o deslocamento de eleitores no Nordeste, região que apoiou amplamente um dos candidatos. O advogado do ex-ministro anunciou que solicitará a reconsideração do indiciamento, afirmando que o mesmo ocorreu antes da conclusão das investigações.
O indiciamento foi motivado por alegações de violência política, segundo as quais o ex-ministro e o ex-diretor da PRF teriam agido para beneficiar um dos candidatos nas eleições. O Código Penal define esse tipo de conduta como restrição ao exercício de direitos políticos, com possíveis penas de três a seis anos de reclusão. Além do ex-ministro, quatro policiais federais também foram indiciados por suas supostas ações no período eleitoral.
Durante seu primeiro depoimento, o ex-ministro defendeu a autonomia da PRF para planejamento operacional e negou ter dado ordens específicas para priorizar ações no Nordeste. Além disso, mencionou uma viagem à Bahia antes do segundo turno, justificando-a como parte de compromissos institucionais e não relacionados à campanha eleitoral. O ex-ministro reconheceu, no entanto, a participação em discussões sobre a eleição com membros da Polícia Federal, levantando questionamentos sobre a interação entre a política e as operações da corporação durante o processo eleitoral.