Morreu nesta quinta-feira, aos 66 anos, um ex-lutador de boxe conhecido por sua carreira notável, e que tinha sido diagnosticado com encefalopatia traumática crônica (ETC). A doação de seu cérebro à Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP) foi acordada em 2018, com a autorização da família, visando contribuir para o avanço das pesquisas sobre a doença, que afeta muitos atletas devido aos impactos sofridos na cabeça ao longo de suas carreiras. A FMUSP possui um grupo de pesquisa dedicado ao estudo das consequências de traumas cranianos em diversos esportes.
A ETC é uma condição degenerativa causada por traumas repetidos no cérebro, resultando em sintomas como perda de memória e depressão. Os atletas de esportes de contato, como boxe e futebol, estão particularmente em risco, já que lesões cerebrais podem ocorrer mesmo sem um impacto direto na cabeça. O neurologista da FMUSP destacou a importância de pesquisas realizadas no Brasil, que possibilitam ao país integrar discussões científicas globais e desenvolver estratégias de prevenção para a doença.
O ex-lutador, nascido em Aracaju, Sergipe, teve uma carreira de sucesso, acumulando 77 vitórias, incluindo 61 nocautes, e se aposentou em 2000. Além de seu talento no ringue, ele era conhecido por seu carisma e pelas suas participações na mídia após a aposentadoria, onde continuou a se envolver com o público. A doação de seu cérebro se alinha a uma crescente preocupação com a saúde dos atletas e com a necessidade de aprofundar o conhecimento sobre os efeitos de lesões cerebrais em sua qualidade de vida.