Um novo estudo publicado na revista Science Advances revela que a evolução dos mamíferos em direção à postura ereta foi um processo não linear e mais demorado do que se imaginava. Os pesquisadores analisaram tanto espécies atuais quanto fósseis de animais extintos para entender como a locomoção e a estrutura dos membros influenciaram essa transição. Ao contrário da crença anterior de que a evolução ocorria de forma contínua, os resultados sugerem que o desempenho locomotor aumentou em certos períodos, mas também diminuiu, refletindo uma evolução influenciada por diversos fatores ambientais.
O estudo destaca que algumas espécies extintas apresentavam características intermediárias entre as posturas horizontal e ereta, semelhante ao que se observa em jacarés e crocodilos modernos. Essa descoberta sugere que a transição para a postura ereta não foi apenas um passo linear na evolução, mas sim um fenômeno complexo com múltiplas influências. Fatores como a dominância dos dinossauros podem ter levado mamíferos a adotar posturas mais baixas como forma de sobrevivência.
A professora Stephanie Pierce, da Universidade de Harvard, enfatiza a importância de novas técnicas de análise de fósseis, que oferecem uma visão mais ampla sobre a evolução dos mamíferos. Segundo ela, a pesquisa mostra que a história evolutiva dos mamíferos é intricada e repleta de nuances, revelando que esses animais têm uma adaptação especial a seus ambientes. Essa nova compreensão contribui significativamente para o entendimento da diversidade e das adaptações dos mamíferos ao longo do tempo.