A eurodeputada Anja Hazekamp apresentou cinzas do Pantanal brasileiro durante uma sessão plenária no Parlamento Europeu, realizada em Estrasburgo. A parlamentar, que é bióloga e defensora dos direitos dos animais, abordou as consequências dos incêndios florestais e do desmatamento na Amazônia, Cerrado e Pantanal, destacando que essas crises estão ligadas às relações comerciais entre a Europa e a América do Sul. Em seu discurso, Hazekamp enfatizou a responsabilidade da Europa na destruição desses biomas, citando o desmatamento impulsionado pela demanda por carne bovina.
Hazekamp também criticou o adiamento da regulamentação da lei europeia antidesmatamento, que seria um passo importante para restringir a importação de commodities de áreas desmatadas. O adiamento da implementação dessa lei para 2025 pode facilitar o fechamento de um acordo controverso com o Mercosul, resultando em um aumento das importações de produtos que contribuem para o desmatamento. Com mais de 60% da Terra Indígena Kadiwéu queimada neste ano, a situação é alarmante, refletindo a devastação de vastas áreas do Pantanal.
A entrega das cinzas ao Parlamento foi realizada por representantes da Environmental Justice Foundation, que buscam chamar a atenção internacional para a importância da preservação do Pantanal, a maior área úmida tropical do mundo. Os incêndios, que já consumiram 2,3 milhões de hectares do bioma em 2024, ameaçam não apenas a biodiversidade, mas também a sobrevivência das comunidades indígenas que dependem desse ecossistema. A eurodeputada fez um apelo urgente para que a Europa cesse a importação de produtos relacionados ao desmatamento e priorize a proteção de áreas ecologicamente sensíveis.