Um estudo conduzido pela Universidade de Araraquara, especificamente no Laboratório de Farmacologia da Faculdade de Ciências Farmacêuticas da Unesp, investigou os efeitos do estresse social crônico no cérebro de camundongos machos. Utilizando um modelo de estresse conhecido como SDS (Social Defeat Stress), os pesquisadores submeteram os animais a situações de estresse prolongado, observando mudanças em seu comportamento, interação social e capacidade de memória. Os resultados apontaram que esse tipo de estresse pode levar a respostas emocionais aumentadas, como ansiedade, além de déficits na memória de curto prazo.
A pesquisa revelou que diferentes áreas do cérebro respondem de maneira oposta ao estresse. Enquanto o hipocampo ventral, que está relacionado às emoções, apresentou atividade aumentada, o hipocampo dorsal, responsável pela memória espacial, mostrou uma diminuição em sua atividade. Essa descoberta sugere que o estresse crônico pode prejudicar as conexões neuronais entre essas regiões, impactando a regulação emocional e comportamental dos indivíduos. Além disso, a ativação de neurônios glutamatérgicos, que desempenham um papel fundamental na comunicação cerebral, foi observada em áreas associadas ao processamento de emoções.
Os pesquisadores destacam que essas descobertas oferecem uma base importante para o desenvolvimento de novas terapias clínicas para tratar problemas de saúde mental em humanos. A equipe planeja expandir sua pesquisa, incluindo fêmeas nos testes, para melhor compreender as diferenças de resposta ao estresse entre os gêneros. Esses avanços na pesquisa em neurociência têm o potencial de guiar intervenções terapêuticas mais eficazes e direcionadas para o tratamento de condições como ansiedade e depressão, resultando em uma compreensão mais profunda da adaptação do cérebro ao estresse.