Um novo estudo apresentado na Sociedade Americana de Oncologia Clínica (Asco) indica que a maioria das mulheres jovens diagnosticadas com câncer de mama em estágio inicial consegue engravidar após o tratamento. Dos 1.213 casos avaliados, 73% das pacientes conseguiram engravidar e 65% deram à luz a bebês saudáveis. Essa pesquisa, com mais de dez anos de acompanhamento, é a primeira a focar especificamente na fertilidade de mulheres com menos de 40 anos que não apresentam doença metastática.
A oncologista Patrícia Taranto destaca que o tratamento do câncer pode impactar a fertilidade, especialmente devido à quimioterapia, que pode induzir a menopausa precoce. Contudo, existem estratégias para mitigar esse risco, como a preservação da função ovariana por meio de medicamentos e o aconselhamento de fertilidade, que inclui o congelamento de óvulos e embriões. O estudo revela que, apesar de apenas 28% das participantes terem optado pela preservação da fertilidade, as chances de gravidez foram maiores entre aquelas que o fizeram e entre as pacientes mais jovens.
Os pesquisadores enfatizam a necessidade de maior acesso a informações sobre fertilidade e serviços de preservação para mulheres diagnosticadas com câncer de mama. É fundamental que essas pacientes recebam orientações adequadas logo no início do tratamento, permitindo que considerem a possibilidade de congelamento de óvulos ou embriões, independentemente do tipo de tumor. Além disso, os procedimentos de preservação não aumentam o risco de recidiva da doença, permitindo que sejam realizados de forma eficiente sem atrasar o tratamento oncológico.