O aquífero Guarani, considerado o maior reservatório de água doce do mundo, enfrenta um desequilíbrio significativo em sua capacidade de armazenamento devido à insuficiência das chuvas e ao aumento da extração para diversas atividades humanas. Uma pesquisa conduzida pela Unesp de Rio Claro, que durou oito anos, revela que cerca de 80% do volume das nascentes na região de Brotas provém de águas subterrâneas desse aquífero, enfatizando sua importância para a manutenção dos rios e nascentes locais, fundamentais para o turismo e o ecossistema.
Os pesquisadores observaram que a homogeneidade das águas subterrâneas do aquífero indica que ele não sofre diretamente com a sazonalidade, mas que a quantidade de água disponível pode ser impactada por alterações no regime de chuvas, como períodos de seca ou chuvas intensas. A pesquisa também envolveu a análise de isótopos de hidrogênio e oxigênio para identificar a origem das águas, revelando a conexão entre as chuvas e as fontes subterrâneas. As mudanças climáticas são apontadas como um fator que pode acelerar o processo de desequilíbrio hídrico.
Compreendendo a relevância do aquífero para o abastecimento de diversas cidades, como Araraquara e Matão, o estudo sugere a necessidade de uma gestão mais eficaz na captação de água. Além disso, os pesquisadores defendem que iniciativas de recuperação ambiental, como a replantação de áreas florestadas, podem contribuir para a preservação da água e também gerar recursos financeiros por meio de programas de crédito de carbono.