Um novo estudo publicado na revista Molecular Psychiatry investiga os efeitos do uso de maconha de alta potência na metilação do DNA, um processo que regula a atividade dos genes. Os pesquisadores descobriram que essa forma de cannabis, que contém altas concentrações de THC, está associada a alterações significativas em genes relacionados às funções de energia e do sistema imunológico. A pesquisa envolveu a análise de amostras de DNA de 239 pessoas que sofreram o primeiro episódio psicótico e 443 voluntários saudáveis, revelando que usuários regulares de maconha de alta potência apresentam uma marca distinta no DNA que pode estar ligada ao risco aumentado de desenvolver transtornos psicóticos.
Além disso, o estudo destaca que as mudanças epigenéticas observadas não podem ser atribuídas ao uso de tabaco, que é frequentemente misturado à maconha. As descobertas sugerem que a metilação do DNA pode servir como um elo entre o uso de cannabis e a psicose, ajudando a identificar indivíduos em maior risco. Com a constante elevação da potência da maconha disponível no mercado, a pesquisa é especialmente relevante para entender os impactos biológicos e psicológicos da droga.
Os autores do estudo esperam que suas descobertas contribuam para futuras pesquisas sobre os efeitos do uso de maconha, especialmente no que se refere ao desenvolvimento de biomarcadores que possam indicar o risco de psicose em usuários. Essas informações podem, potencialmente, orientar práticas mais seguras de consumo e estratégias de prevenção mais eficazes para aqueles que utilizam cannabis em suas diversas formas.