Um estudo realizado por Marco Antonio Carvalho Teixeira, professor de Ciência Política da FGV/EAESP, destaca que a dependência dos moradores de bairros mais afastados dos serviços da prefeitura pode ser um fator que explica as diferenças nas taxas de abstenção nas eleições municipais de São Paulo. Os dados mostram que as regiões centrais da capital apresentaram as maiores taxas de abstenção, com bairros como Bela Vista (34,8%), Jardim Paulista (34,1%) e Santa Ifigênia (33,9%) liderando o ranking. Em contraste, áreas periféricas como Capela do Socorro e Grajaú tiveram as menores taxas de abstenção, em torno de 24%.
A pesquisa sugere que a maior dependência dos serviços públicos nos bairros mais afastados resulta em um maior incentivo para que os moradores compareçam às urnas. Teixeira explica que, quanto mais distante um bairro está do centro, mais os eleitores percebem a importância do vereador eleito para a cobrança de serviços essenciais. Assim, essa proximidade gera um estímulo maior para participar do processo eleitoral.
Além disso, o estudo também destaca a introdução da tarifa zero para o transporte público, que facilitou o deslocamento dos eleitores, especialmente aqueles com dificuldades financeiras. Essa medida contribuiu para que mais pessoas pudessem votar e fazer suas escolhas, refletindo a importância de políticas públicas acessíveis para aumentar a participação cidadã nas eleições.