Cientistas da Universidade de São Paulo (USP) iniciaram um estudo para explorar a relação entre a prática de esportes de contato e a encefalopatia traumática crônica, uma condição que afeta atletas devido a repetidas lesões na cabeça. O ex-boxeador Adilson Rodrigues, conhecido como Maguila, doou seu cérebro para pesquisa após sua morte, decisão apoiada por sua família. Esta doação se une a outras realizadas por atletas que também sofreram da mesma patologia, como Eder Jofre e Bellini, que têm seus cérebros no Biobanco da USP.
A pesquisa busca entender as diferenças nas patologias de Maguila e Jofre, considerando suas trajetórias esportivas distintas e como essas experiências podem ter impactado o desenvolvimento da doença. Os cientistas pretendem investigar as alterações cerebrais e os mecanismos subjacentes à encefalopatia, com o objetivo de melhorar a qualidade de vida de atletas e desenvolver estratégias de prevenção e tratamentos eficazes para condições relacionadas ao envelhecimento, como Parkinson e Alzheimer.
O Biobanco da USP, que já conta com mais de 4 mil doações de cérebros ao longo de 20 anos, é um dos mais diversos do mundo. Os neurologistas ressaltam a importância dessas doações para a compreensão de doenças neurodegenerativas, já que o conhecimento sobre o desenvolvimento dessas condições ainda é limitado, dificultando a criação de tratamentos eficientes. A pesquisa pode trazer novas informações cruciais para a área da saúde e contribuir significativamente para o tratamento de doenças que afetam a população idosa.