Um estudo inédito revelou que 54% dos casos de demência na América Latina são atribuíveis a fatores de risco modificáveis, superando a média global de 40%. Realizada pela Faculdade de Medicina da USP, a pesquisa analisou dados de diversos países da região, incluindo Argentina, Brasil e México, e identificou 12 fatores de risco, como baixa escolaridade, hipertensão e obesidade, coletados entre 2015 e 2021. A professora Claudia Kimie Suemoto, responsável pelo estudo, enfatiza a importância de intervenções preventivas para reduzir a incidência da doença.
Os principais fatores de risco identificados incluem obesidade, inatividade física e depressão, todos relacionados ao estilo de vida. A pesquisa também destacou disparidades entre os países, como a alta taxa de baixa escolaridade na Bolívia e o elevado consumo de álcool na Argentina. O estudo propõe que, ao isolar cada fator, é possível desenvolver estratégias de saúde pública mais eficazes para a prevenção da demência, ressaltando que a atividade física regular pode melhorar a saúde cerebral.
A pesquisa já teve repercussão no Brasil, onde o Ministério da Saúde está implementando campanhas de conscientização sobre demência, enfatizando que a prevenção deve começar desde cedo. Com aproximadamente 2 milhões de brasileiros vivendo com a doença, muitos ainda sem diagnóstico, a pesquisa reforça a urgência de uma abordagem proativa no cuidado e prevenção da demência na região.