Um projeto inovador em Indaiatuba, São Paulo, está mudando a forma como o câncer de colo do útero é diagnosticado, utilizando um teste de DNA em vez do tradicional papanicolau. Iniciado em 2017 e coordenado por médicos da Unicamp, o estudo apresenta resultados significativos, como a antecipação do diagnóstico em até 10 anos. O teste, que utiliza a técnica de PCR para identificar 14 tipos de HPV, mostra uma sensibilidade quase total, superior à do papanicolau, que é de cerca de 60%. Além disso, a validade dos resultados do teste de DNA se estende por até cinco anos, proporcionando maior segurança às pacientes.
Os resultados obtidos em Indaiatuba também indicam uma melhoria substancial na prevenção do câncer. Mais de 85% das mulheres com resultados alterados no teste foram avaliadas e tratadas, revertendo o quadro nacional, onde muitos casos eram diagnosticados em estágios avançados. O teste de DNA não apenas identificou quatro vezes mais lesões pré-cancerosas, mas também possibilitou que a maioria dos casos fosse detectada em fases iniciais, aumentando as chances de cura e salvando vidas em um país onde o câncer de colo do útero ainda é uma preocupação significativa.
Além dos benefícios clínicos, o teste de DNA representa uma solução mais econômica para o sistema de saúde. Estudos indicam que os custos associados ao novo teste são inferiores aos do papanicolau, principalmente por reduzir a necessidade de tratamentos caros em estágios avançados da doença. A implementação em maior escala desse método pode transformar as políticas públicas de saúde, especialmente para populações vulneráveis, garantindo acesso a uma melhor prevenção e um controle mais eficiente do rastreamento, com o objetivo de diminuir a mortalidade por câncer de colo do útero no Brasil.