Uma pesquisa com 115.000 indivíduos revelou que o consumo elevado de alimentos ultraprocessados, como carnes processadas, cereais açucarados e bebidas adoçadas, está associado a um aumento no risco de morte prematura. Publicado na revista BMJ, o estudo destaca que esses alimentos são frequentemente pobres em nutrientes e projetados para serem altamente palatáveis, o que pode contribuir para o consumo excessivo. Indivíduos que ingerem sete ou mais porções diárias desses produtos apresentam uma probabilidade levemente maior de falecer precocemente, além de um aumento no risco de óbitos relacionados a doenças neurodegenerativas.
Os pesquisadores ressaltam, entretanto, que não é possível estabelecer uma relação de causa e efeito entre o consumo de alimentos ultraprocessados e a mortalidade. Isso se deve ao fato de que pessoas que consomem grandes quantidades desses produtos frequentemente têm hábitos alimentares mais prejudiciais em geral. O estudo, que analisou dados de grupos acompanhados por mais de trinta anos, oferece uma visão abrangente sobre as questões de saúde pública relacionadas ao consumo desses alimentos, que representam mais de 60% das calorias diárias nos Estados Unidos.
Os achados do estudo reforçam a ideia de que nem todos os alimentos ultraprocessados impactam a saúde da mesma maneira. Para melhorar a qualidade da dieta da população, os pesquisadores sugerem medidas de saúde pública, como a limitação do uso de gorduras trans e a implementação de rotulagem adequada. Essas ações poderiam contribuir para uma alimentação mais saudável e reduzir os riscos associados ao consumo excessivo de produtos ultraprocessados.