Um estudo realizado pela Epagri analisou a capacidade das macroalgas Kappaphycus alvarezii de sequestrar carbono da atmosfera, destacando o crescimento dessa cultura em Santa Catarina. A pesquisa utilizou uma metodologia internacional para estimar que, se todas as áreas aquícolas do estado estivessem produzindo, seria possível capturar cerca de 2.569,59 toneladas de carbono anualmente. A regulamentação do mercado de carbono no Brasil poderá transformar a venda de créditos de carbono em uma fonte de renda complementar significativa para os produtores de macroalgas.
O estudo enfatiza a vantagem das macroalgas em permitir quatro ciclos produtivos por ano, em comparação com cultivos tradicionais, como a soja, que permitem apenas um ou dois. Isso potencializa a capacidade de captação de carbono, uma vez que cada planta tem um limite individual de absorção. Os autores do estudo incentivam os algicultores catarinenses a explorarem o promissor mercado de créditos de carbono, que se originou a partir do Protocolo de Quioto em 2005, oferecendo uma alternativa de lucro sem aumento nos custos de produção.
Além disso, especialistas acreditam que o Brasil possui um imenso potencial para se tornar um exportador de créditos de carbono, com receitas estimadas em até US$100 bilhões até 2030, especialmente nos setores agropecuário e energético. Embora a legislação brasileira sobre o mercado de carbono ainda esteja em desenvolvimento, sete projetos de lei estão em trâmite no Congresso Nacional visando a criação de um Sistema Brasileiro do Comércio de Emissões, que será discutido na COP-30, a Conferência da ONU sobre Mudanças Climáticas, marcada para o próximo ano em Belém do Pará.