Kamala Harris, candidata democrata à presidência dos Estados Unidos, optou por uma abordagem distinta em sua campanha, evitando enfatizar seu gênero ou identidade racial, ao contrário de Hillary Clinton em 2016. Harris se tornou a primeira mulher negra e a primeira pessoa de origem sul-asiática a concorrer à presidência pelos principais partidos políticos dos EUA. Desde que assumiu a candidatura após a desistência de Joe Biden, ela tem se concentrado em suas qualificações e promessas de governar para todos os cidadãos, minimizando as diferenças que poderiam causar desconforto em eleitores indecisos.
A estratégia de Harris contrasta com a de Clinton, que em sua campanha de 2016 fez do simbolismo feminino um ponto central, utilizando-o para energizar a base eleitoral. Enquanto Clinton destacava seu gênero como um mérito, a atual candidata democrata parece acreditar que o reconhecimento da sua identidade deve ocorrer de forma implícita, permitindo que seu trabalho e propostas falem por si. Observadores apontam que essa mudança pode ser uma resposta às lições aprendidas após a derrota de Clinton, bem como ao desejo de evitar a polarização que um foco excessivo na identidade pode gerar.
O contexto atual é favorável a Harris, que se apresenta como uma candidata em um cenário onde as eleitoras estão mais habituadas a ver mulheres em posições de liderança. A vitória de Clinton na mobilização de mulheres para a política e o aumento da representação feminina nos cargos públicos são fatores que Harris poderá explorar. À medida que a campanha avança, a disputa com Donald Trump promete ser acirrada, com pesquisas indicando uma proximidade nas intenções de voto, especialmente em estados-chave.