O mercado de capitais brasileiro enfrenta um cenário desafiador com a saída de investidores estrangeiros, que retiraram R$ 1,7 bilhão do mercado à vista e R$ 3,8 bilhões do mercado futuro em setembro. Essa mudança de comportamento está ligada à deterioração do ambiente macroeconômico, exacerbada pelo aumento das taxas de juros no Brasil, em contraste com as políticas monetárias mais brandas de outras economias globais, além de ressurgirem preocupações fiscais que impactam as decisões de investimento.
Enquanto isso, os investidores domésticos, tanto institucionais quanto pessoas físicas, mostraram-se compradores líquidos, com entradas de R$ 900 milhões no mercado à vista e R$ 3,2 bilhões no futuro, um aumento significativo em relação ao mês anterior. Este movimento positivo é impulsionado principalmente por investidores individuais, que, segundo analistas, têm contribuído para mitigar o impacto das saídas de capitais estrangeiros. Em outubro, essa tendência de compras continuou, com entradas ainda maiores, destacando a resiliência do investidor local.
No entanto, a indústria de fundos registrou seu pior desempenho em setembro de 2024, com uma saída líquida de R$ 53,9 bilhões. Os fundos multimercados e de ações, em particular, enfrentaram saídas significativas, refletindo uma captação de renda fixa em desaceleração. Além disso, o volume médio diário negociado na Bolsa caiu para R$ 23 bilhões, abaixo da média dos últimos 12 meses, evidenciando a fragilidade do mercado diante das condições econômicas atuais.