O Índice de Estigma divulgado pelo Unaids em 2019 revelou que 64% das pessoas vivendo com HIV ou Aids já enfrentaram discriminação, evidenciando um problema social persistente. Relatos de experiências de discriminação são comuns, como o de uma mulher que, após dar à luz, foi aconselhada a desinfetar os locais que utilizou na maternidade, refletindo a ignorância e o preconceito que ainda cercam a infecção. O ativismo e a luta de pessoas vivendo com HIV têm contribuído para a melhoria do acesso a tratamentos, mas o estigma permanece, prejudicando a vida cotidiana e as relações sociais.
As narrativas de pessoas vivendo com HIV apontam para o impacto negativo da desinformação, que perpetua a sorofobia e associa o diagnóstico à Aids de maneira automática. Essa percepção distorcida gera medo e insegurança, especialmente entre familiares e profissionais de saúde que deveriam oferecer suporte. A falta de uma abordagem informativa na mídia sobre a vida das pessoas com HIV contribui para a manutenção de estigmas, enquanto uma abordagem mais humana e compreensiva poderia ajudar a desmistificar o tema e promover a aceitação.
Os especialistas ressaltam a necessidade urgente de campanhas de conscientização e a regulação do discurso de ódio nas redes sociais. A promoção de um diálogo aberto sobre o HIV é essencial para combater preconceitos e desinformação, permitindo que as pessoas entendam que quem vive com o vírus ainda é uma pessoa com sonhos e objetivos. O avanço nas informações sobre o HIV é considerado insuficiente sem a devida divulgação, e a sociedade precisa se comprometer com a educação para reduzir o estigma e promover um ambiente mais acolhedor.