Uma pesquisa do International Panel on the Information Environment (IPIE) revelou um aumento na preocupação dos especialistas em relação à desinformação, com 63% dos entrevistados acreditando que as condições do ambiente informacional global devem piorar em 2024. O estudo, que entrevistou mais de 400 acadêmicos de diversas áreas em 66 países, destacou a inteligência artificial (IA) como um dos principais fatores de pessimismo, especialmente em nações em desenvolvimento como o Brasil, onde 75% dos especialistas expressaram preocupações significativas.
Os líderes políticos, governos e proprietários de redes sociais foram apontados como as principais ameaças à qualidade da informação, com 15,5% dos entrevistados citando os proprietários de plataformas digitais como o maior risco. A pesquisa mostrou que a manipulação de conteúdo e as políticas de moderação das plataformas impactam negativamente a integridade da informação. Para muitos especialistas, as tecnologias de IA, como deepfakes e chatbots, representam um risco crescente, evidenciado por incidentes de desinformação observados nas eleições de 2024.
Diante desse cenário, especialistas destacam a necessidade urgente de medidas institucionais e regulatórias para mitigar os riscos associados ao uso da IA na disseminação de informações falsas. O diretor do Data Privacy Brasil enfatizou a importância de a Justiça e outras instituições estarem atentas e adaptarem suas abordagens a uma realidade em constante mudança. A perspectiva de eleições futuras, como as de 2026 e 2028, é preocupante, já que um ambiente informacional ainda mais desafiador está previsto, o que exigirá uma colaboração mais eficaz entre as instituições e o uso responsável da tecnologia para detectar e combater a desinformação.