A indústria de delivery na China, que teve um crescimento exponencial durante os lockdowns da Covid-19, agora enfrenta sérias dificuldades. Com uma economia em desaceleração e uma crise imobiliária, os entregadores estão sob pressão crescente. Muitos episódios de estresse e conflitos têm sido registrados nas redes sociais, revelando a tensão que esses trabalhadores enfrentam diariamente. O crescimento do setor, que atingiu US$ 214 bilhões em 2023, não se reflete nas condições de trabalho e nos salários dos entregadores, que vêm diminuindo consideravelmente.
A queda nos lucros e no poder aquisitivo dos consumidores impacta diretamente os ganhos dos entregadores, que trabalham sob comissões. As plataformas de entrega, dominadas por algumas empresas, têm reduzido salários e bônus, fazendo com que os trabalhadores se sintam desprotegidos e com pouca margem para negociar melhores condições. A pressão para cumprir prazos e atender à demanda crescente leva muitos a adotarem comportamentos arriscados nas ruas, o que resulta em um aumento de acidentes.
Com o desemprego entre os jovens alcançando 18,8%, a concorrência por oportunidades na área de delivery se intensifica. Embora o trabalho ofereça flexibilidade, muitos entregadores se sentem sobrecarregados e desmotivados devido à precarização das condições laborais. A falta de proteção trabalhista e a pressão por resultados têm levado a um aumento de tensões e descontentamento entre esses profissionais essenciais, que se tornaram uma parte vital da cultura alimentar urbana.