O sistema eleitoral dos Estados Unidos é caracterizado pelo uso do Colégio Eleitoral, composto por 538 delegados que representam os estados na escolha do presidente e vice-presidente. Ao contrário do Brasil, onde o voto é direto, os americanos votam em delegados que, por sua vez, emitem os votos oficiais. Cada estado possui um número variável de delegados, determinado pela sua representação no Congresso, e os votos são geralmente alocados de forma que o candidato vencedor em um estado recebe todos os votos desse estado, com exceções em Maine e Nebraska. Para vencer, um candidato precisa de pelo menos 270 votos eleitorais, o que significa que a vitória não depende apenas do voto popular nacional, mas principalmente dos estados considerados “pêndulo”.
Além disso, a dinâmica eleitoral é complexa, pois os estados com grande número de delegados, como Califórnia e Texas, não são necessariamente decisivos. Estados menores, que apresentam uma competição acirrada entre os partidos, têm o potencial de alterar o resultado final da eleição. Historicamente, o Colégio Eleitoral tem gerado controvérsias, uma vez que em algumas ocasiões candidatos venceram no Colégio mesmo tendo perdido no voto popular, como aconteceu em 2016 e 2000. A estrutura foi criada como um compromisso entre diferentes interesses dos estados e para evitar que apenas os estados mais populosos dominassem a escolha do presidente.
O debate sobre a necessidade de reformar ou abolir o Colégio Eleitoral persiste, com um número considerável de americanos defendendo a implementação de um sistema de voto popular. No entanto, mudar a Constituição dos EUA é um processo difícil e exigiria consenso entre os estados, muitos dos quais se beneficiam do sistema atual. Historicamente, o Colégio Eleitoral já passou por emendas, e sua origem remonta a preocupações com a representação equitativa entre estados, refletindo um equilíbrio entre interesses regionais e nacionais na política americana.