O sistema eleitoral dos Estados Unidos é complexo, especialmente quando comparado ao modelo de voto popular utilizado em muitas repúblicas, incluindo o Brasil. Enquanto no Brasil o candidato com mais votos, ou mais de 50% em casos de segundo turno, vence a eleição, nos EUA a vitória depende do colégio eleitoral, composto por 538 delegados. Cada estado possui um número de delegados proporcional à sua população, o que significa que estados populosos como Califórnia e Texas têm um peso maior, enquanto estados menores, como Alasca e Wyoming, possuem menos delegados. No entanto, o sistema de “winner-takes-all” em 48 dos 50 estados resulta em um grande descompasso, onde um candidato pode levar todos os delegados de um estado, mesmo com uma vitória apertada.
Os chamados “swing states” ou estados pendulares são cruciais para a eleição, pois representam locais onde tanto os republicanos quanto os democratas têm chances reais de vitória. Na eleição de 2020, Joe Biden conquistou 6 dos 7 estados pendulares, que anteriormente haviam votado em Donald Trump em 2016. Apesar de Biden ter vencido o voto popular por uma margem significativa, a vitória no colégio eleitoral foi decidida por margens muito estreitas em estados-chave, o que evidencia como o voto de um número relativamente pequeno de eleitores pode determinar o resultado de uma eleição nacional.
A dinâmica das campanhas eleitorais nos Estados Unidos é diferente da do Brasil, onde candidatos costumam se concentrar nas capitais. No modelo americano, que prioriza a atenção às regiões menos populosas, os candidatos frequentemente visitam áreas rurais e subúrbios, buscando conquistar eleitores que podem decidir o resultado. O cenário para as próximas eleições promete ser igualmente competitivo e imprevisível, com tendências em constante mudança e um eleitorado polarizado, o que sugere que a contagem de votos em novembro trará grande expectativa e emoção.