As empresas brasileiras captaram R$ 541,9 bilhões no mercado de capitais até setembro de 2024, um recorde para o período e 15,9% superior ao total do ano anterior. A maior parte desse montante, R$ 480,7 bilhões, veio de papéis de renda fixa, com destaque para as debêntures, que sozinhas geraram R$ 315 bilhões nos primeiros nove meses do ano, superando todo o volume de 2023. A demanda por esses títulos reflete um cenário favorável, embora a concentração nas emissões de renda fixa permaneça alta.
O setor de infraestrutura foi o principal responsável pelas captações de debêntures, respondendo por 45,7% do total. O prazo médio desses papéis caiu de 8,6 anos em 2023 para 7,9 anos em 2024. Além das debêntures, os fundos de recebíveis (FIDC) também se destacaram, com R$ 48,2 bilhões captados no mesmo período, seguidos pelos certificados de recebíveis imobiliários (CRI) e agrícolas (CRA), que somaram R$ 42 bilhões e R$ 29 bilhões, respectivamente. O número de operações de FIDC aumentou significativamente, com 625 novos fundos criados.
Em contrapartida, as ofertas de ações enfrentaram um desempenho decepcionante, totalizando apenas R$ 21,8 bilhões, uma queda de 25% em relação ao ano anterior. O número de ofertas de ações também diminuiu em 53%, refletindo uma volatilidade no mercado de capitais. Apesar das dificuldades no setor de ações, a perspectiva para os próximos meses é otimista, conforme destacado por líderes da Anbima, evidenciando um ambiente robusto para novas emissões e investimentos.