Órgãos de inteligência informaram ao Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo (TRE-SP) que 12 candidatos relacionados ao crime organizado foram eleitos nas eleições municipais, sendo dez para a câmara de vereadores e dois para prefeituras. Ao todo, 70 pessoas com vínculos com o crime participaram do pleito. As informações sobre a identidade e as cidades dos eleitos permanecem em sigilo, segundo o TRE-SP, que se comprometeu a encaminhar os dados ao Ministério Público para as devidas investigações.
O chefe do centro de inteligência da Polícia Militar de São Paulo destacou que a atuação de facções criminosas nas eleições é mais abrangente do que se imaginava, com indícios de financiamento de campanhas por grupos do tráfico de drogas. Ele observou que não é possível determinar o número exato de municípios afetados, mas que há evidências significativas de movimentações relacionadas ao tráfico. O Ministério Público estima que a facção envolvida movimenta cerca de R$ 1 bilhão anualmente, principalmente através do tráfico internacional de cocaína.
Investigações da Polícia Civil revelaram que integrantes da facção tentaram se infiltrar nas eleições, apresentando candidatos para os cargos disputados. A liderança desse grupo político é atribuída a um indivíduo acusado de estar à frente de um esquema significativo de lavagem de dinheiro. A defesa do acusado, que teve a prisão decretada, refuta as alegações, argumentando que as acusações carecem de evidências concretas.