As eleições de 2024 no Recife trouxeram resultados surpreendentes, com destaque para a reeleição do prefeito João Campos (PSB) logo no primeiro turno, e a renovação significativa na Câmara Municipal, que agora conta com 26 parlamentares reeleitos e 11 novos vereadores. O PSB estabeleceu um novo recorde ao eleger 15 representantes, consolidando-se como a maior bancada desde a redemocratização. Entre as novas vozes, destaca-se Jô Cavalcanti (PSOL), a primeira líder do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto a assumir um cargo na Câmara, embora o partido tenha visto sua representação reduzida.
Outro fenômeno observado foi a ascensão dos chamados “nepo babies”, filhos de políticos que conseguiram se eleger, refletindo a continuidade do legado familiar na política local. Nove novos vereadores pertencem a essa categoria, demonstrando o impacto do nepotismo no cenário eleitoral. Além disso, a bancada evangélica sofreu um retrocesso, com a ausência de representantes entre os vereadores mais votados, indicando uma mudança nas preferências eleitorais e na fragmentação do eleitorado religioso.
Por outro lado, diversas figuras políticas tradicionais enfrentaram derrotas significativas, como o ex-prefeito João da Costa (PT) e o ex-presidente da Fundação Joaquim Nabuco, Antônio Campos (PRTB), que não conseguiram se reeleger em suas respectivas disputas. Esses resultados refletem um novo panorama político, com mudanças nas dinâmicas de poder e uma reconfiguração nas alianças e representações dentro da política pernambucana, que já se encaminha para as próximas eleições.