O confronto entre Corinthians e Flamengo nas semifinais da Copa do Brasil evidencia a disparidade nas trajetórias financeiras e administrativas dos dois clubes, que possuem as maiores torcidas do Brasil. Enquanto o Flamengo desfruta de uma recuperação financeira após um processo de reestruturação iniciado há mais de uma década, resultando em um faturamento superior a R$ 1 bilhão, o Corinthians enfrenta um ciclo vicioso de aumento de dívidas, que já soma R$ 2,3 bilhões. A gestão do Flamengo, sob a liderança de seu ex-presidente, é vista como um modelo de sucesso, destacando a importância de decisões difíceis e do comprometimento com a austeridade.
A reestruturação do Flamengo começou em 2012, quando o clube enfrentava uma dívida significativa, próximo a R$ 800 milhões, e receitas anuais limitadas. O ex-presidente implementou cortes imediatos de gastos, cancelando parcerias onerosas e renegociando dívidas trabalhistas. Essas ações não apenas estabilizaram as finanças do clube, mas também possibilitaram investimentos estratégicos em jogadores, resultando em conquistas importantes, como a Libertadores e o Campeonato Brasileiro em 2019. Essa gestão proativa contrasta com o cenário atual do Corinthians, que busca implementar mudanças sob nova liderança, mas enfrenta desafios políticos e financeiros consideráveis.
Fred Luz, novo CEO do Corinthians, chegou ao clube após uma passagem bem-sucedida no Flamengo, mas se depara com um ambiente tumultuado e a necessidade de ajustes financeiros. Ele reconhece que a torcida e os sócios precisam entender que, para reverter a situação, serão necessários sacrifícios no início do processo. O ex-presidente do Flamengo expressou confiança nas capacidades de Luz, mas ressaltou que não há soluções mágicas e que o sucesso exigirá paciência e compreensão da situação financeira do clube. A rivalidade entre os dois times, portanto, não se limita ao campo, mas reflete também as diferentes filosofias de gestão e suas consequências a longo prazo.