O dólar apresentou alta de 0,12% em relação ao real nesta terça-feira, 22, fechando a R$ 5,6973, apesar de uma arrecadação federal maior do que o esperado em setembro. No entanto, essa valorização não foi suficiente para inverter a tendência de desvalorização da moeda brasileira, que se destacou como a pior entre as principais economias emergentes e exportadoras de commodities. A deterioração do quadro fiscal brasileiro, acentuada em outubro, contribuiu para uma alta acumulada de 3,20% do dólar em relação ao real neste mês.
As declarações do ministro da Fazenda e do presidente do Banco Central, monitoradas de perto pelos operadores, trouxeram um certo desconforto ao mercado. O ministro mencionou a necessidade de recomposição da base fiscal, o que gerou incertezas entre os agentes financeiros, já que o mercado esperava uma abordagem diferente para o ajuste fiscal. A variação do real contrastou com o movimento de valorização do dólar em relação a outras moedas fortes, refletindo uma pressão local mais intensa.
No cenário internacional, o dólar se firmou ante o euro e o iene, impulsionado pela expectativa de um possível retorno de um ex-presidente dos Estados Unidos ao cargo, o que é visto como favorável para a moeda americana. O economista-chefe de uma instituição financeira ressaltou que, embora o real tenha se descolado do movimento global do dólar, a tendência de alta à vista do dólar acompanhou o índice DXY, evidenciando a influência mútua entre o mercado interno e as condições externas.