O dólar encerrou a sessão desta quarta-feira, 23, com leve queda de 0,08%, cotado a R$ 5,6928, em um movimento de ajuste técnico para se manter abaixo do patamar de R$ 5,70. Apesar dessa leve desvalorização, analistas alertam que a moeda brasileira continua sob pressão devido à proximidade das eleições nos Estados Unidos e às incertezas fiscais no Brasil, onde o governo ainda não apresentou detalhes sobre possíveis cortes de despesas. No mercado externo, o dólar se valorizou contra outras moedas fortes, enquanto o índice DXY registrou alta de 0,30%.
No mercado à vista, o dólar chegou a tocar a mínima de R$ 5,6858, refletindo uma venda pontual da divisa americana, que também se desvalorizou em relação ao peso chileno e mexicano. No acumulado do mês, a moeda americana apresentou uma apreciação de 4% em relação ao real e 5% frente ao peso chileno. A economista-chefe do Ouribank, Cristiane Quartaroli, ressaltou que o ambiente atual de aversão a risco gerado pelas incertezas eleitorais nos EUA impacta o fortalecimento do dólar globalmente, à medida que investidores buscam segurança em momentos de volatilidade.
Além disso, o cenário fiscal brasileiro continua sem soluções claras, o que não favorece a atração de investimentos. A expectativa de que o governo não demonstrará disposição para reduzir despesas acentua essa incerteza. Enquanto isso, o mercado de commodities também sofreu, com quedas nos preços do minério de ferro e do petróleo, o que está ligado a expectativas negativas para a economia global, especialmente a recuperação da China.