A última semana foi marcada pela valorização do dólar, que alcançou R$ 5,70, consolidando sua terceira semana consecutiva de ganhos em relação ao real. O aumento acumulado foi de 1,51% nos últimos cinco dias e 4,61% apenas em outubro. Essa alta reflete uma série de fatores que afetam o mercado cambial, gerando preocupações sobre a política fiscal do Brasil, especialmente em relação ao governo e suas promessas de contenção de gastos após as eleições municipais.
Além das incertezas fiscais, dados positivos da economia dos Estados Unidos também contribuíram para a força do dólar. As vendas no varejo norte-americano superaram as expectativas, diminuindo as chances de um corte agressivo nas taxas de juros pelo Federal Reserve. Isso impacta diretamente o mercado cambial, favorecendo a moeda americana em um cenário onde as operações de carry trade se tornam menos atraentes. O fortalecimento do dólar também se alinha com a expectativa de uma política monetária mais rigorosa nos EUA, especialmente com a possível vitória de um candidato republicano, o que gera incerteza sobre o futuro econômico.
Outro fator que pesou sobre o real foi a queda dos preços das commodities, como petróleo e minério de ferro, que representam uma parte significativa das exportações brasileiras. A incerteza sobre a demanda global e tensões geopolíticas no Oriente Médio resultaram na desvalorização dessas commodities, afetando negativamente a balança comercial do Brasil. Em suma, a combinação de preocupações fiscais internas, dados econômicos positivos dos EUA e a queda de preços das commodities contribuiu para a alta do dólar, atingindo níveis não vistos em dois meses e meio.