O dólar começou a terça-feira, 22, com leve alta em relação ao real, negociando a R$ 5,7106. A liquidez no mercado permanece reduzida, refletindo a cautela em relação aos déficits fiscais tanto no Brasil quanto nos Estados Unidos, especialmente com as promessas de cortes de impostos dos candidatos à presidência americana. Os rendimentos dos Treasuries mostraram alívio moderado, mas as incertezas em torno do desfecho das eleições nos EUA e a resiliência da economia local limitam as expectativas de cortes de juros pelo Fed.
No Brasil, a arrecadação federal de setembro, que será divulgada às 10h30, é um dado importante a ser monitorado em um cenário de desconforto fiscal e inflação elevada. A mediana da arrecadação esperada é de R$ 201,50 bilhões, o que representa um ganho real anual de cerca de 10,7%, ajustado pelo IPCA. Além disso, o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, dará uma entrevista à CNBC e participará de um evento organizado pelo G20 e BIS em Washington ao longo do dia.
A equipe econômica brasileira ganhou apoio no Congresso para revisar os pisos de educação e saúde, mas a proposta de emenda constitucional (PEC) relacionada perdeu força e não deverá ser incluída no pacote de revisão orçamentária deste ano. A situação fiscal e a necessidade de mudanças são urgentes, pois, conforme alertou um senador, sem tais reformas, a capacidade do Executivo de governar pode ser significativamente comprometida a partir de 2031.