Durante o 12º Congresso de Geriatria e Gerontologia do Rio de Janeiro, a neurologista Camila Pupe comparou a Doença de Parkinson a um iceberg, destacando que, além dos sintomas motores visíveis, muitos outros sintomas não motores permanecem ocultos e afetam a qualidade de vida dos pacientes. Os sintomas mais comuns incluem tremores, bradicinesia, rigidez e distúrbios de marcha, mas também há sintomas prodrômicos, como constipação e perda de olfato, que podem preceder a doença. Essa multifatorialidade da enfermidade, que atinge principalmente pessoas acima dos 60 anos, exige uma abordagem clínica atenta e individualizada.
Pupe enfatizou a importância de evitar armadilhas comuns na prática médica, como negligenciar os sintomas não motores, retardar o início do tratamento com levodopa e adotar uma abordagem padronizada para todos os pacientes. É fundamental que os médicos estejam cientes da necessidade de personalizar o tratamento, considerando características individuais como idade, comorbidades e preferências do paciente. Além disso, a adesão terapêutica e a comunicação clara sobre o tratamento são essenciais para melhorar os resultados clínicos.
Os cuidados com a Doença de Parkinson não devem se restringir apenas à farmacologia; tratamentos não farmacológicos, como fonoaudiologia e exercícios físicos, também são cruciais para a gestão da doença. A psicoeducação é vital para conscientizar os pacientes sobre fatores de risco e a importância do autocuidado. A adaptação do tratamento à progressão da doença e o foco na qualidade de vida do paciente devem ser prioridades para garantir um manejo eficaz e humanizado da enfermidade.