A dívida pública global está projetada para ultrapassar US$ 100 trilhões em 2024 pela primeira vez, segundo o Fundo Monetário Internacional (FMI). O relatório Monitor Fiscal do FMI indica que a dívida poderá alcançar 93% do Produto Interno Bruto (PIB) global até o final de 2024 e se aproximar de 100% até 2030, superando o pico de 99% observado durante a pandemia de Covid-19. Essa situação reflete um cenário político que favorece o aumento dos gastos, aliado a um crescimento econômico lento que amplia a necessidade de empréstimos.
A análise do FMI ressalta que as projeções de endividamento podem ser subestimadas, especialmente em um contexto onde os candidatos à presidência dos EUA prometem novas isenções fiscais que poderiam somar trilhões ao déficit nacional. O relatório destaca que o aumento dos gastos públicos é impulsionado por fatores como transições ecológicas, envelhecimento populacional e preocupações com segurança. Com a incerteza política crescente, a necessidade de medidas fiscais mais rigorosas se torna evidente.
O FMI apela para um maior controle fiscal, especialmente em um período de crescimento econômico robusto e baixa taxa de desemprego. Apesar das reduções atuais na dívida, que somam em média 1% do PIB entre 2023 e 2029, isso é considerado insuficiente para estabilizar a dívida pública em níveis aceitáveis. Os países com crescente endividamento, como Brasil, Reino Unido e França, poderão enfrentar consequências econômicas significativas se não forem adotadas medidas de austeridade mais eficazes.