O programa “Fantástico” estreia um novo quadro chamado “A Parte que me Cabe”, que foca em conflitos familiares relacionados a heranças de personalidades públicas, começando pela controvérsia envolvendo os herdeiros da renomada pintora Tarsila do Amaral. Apesar de sua importância na arte brasileira, Tarsila não deixou uma fortuna significativa para sua família após falecer em 1973. O que está em discussão é a renda proveniente da exploração de suas obras, especialmente após a venda de um de seus quadros por 20 milhões de dólares em 2019, o que intensificou as desavenças entre os herdeiros.
Os herdeiros de Tarsila, que incluem cinco irmãos representados por 56 descendentes, disputam os direitos sobre os rendimentos gerados pelas obras da artista. A família criou a empresa Tarsila do Amaral Licenciamento e Empreendimentos S.A., na qual os direitos de exploração das obras são gerenciados. Contudo, um impasse surgiu em 2022, quando um e-mail revelou que uma das herdeiras estava negociando individualmente, resultando na descoberta de contratos que geraram receitas não partilhadas. A falta de transparência na contabilidade da empresa levou a questionamentos por parte dos outros herdeiros.
Atualmente, os bens estão congelados judicialmente, e a renda gerada pela exploração das obras de Tarsila do Amaral é depositada em uma conta judicial até que um acordo seja alcançado. Os herdeiros têm direito a receber pela exploração das obras até 2043, quando os trabalhos da artista entrarão em domínio público. A disputa evidencia os desafios enfrentados pelas famílias na administração de legados artísticos e os complexos desdobramentos legais que podem surgir.