Um estudo recente revela que até 13,2% dos pacientes que interrompem o uso de antidepressivos enfrentam a disfunção sexual pós-antidepressivos (PSSD), uma condição que pode persistir indefinidamente após o tratamento. Os inibidores seletivos da recaptação de serotonina e noradrenalina, amplamente prescritos para tratar diversos transtornos, como ansiedade e depressão, são frequentemente associados a efeitos colaterais sexuais, mas a extensão do impacto a longo prazo ainda é pouco compreendida. A PSSD pode incluir sintomas como anestesia genital, redução da libido e dificuldades em alcançar o orgasmo, afetando tanto homens quanto mulheres em todas as idades.
Apesar de muitos pacientes relatarem esses efeitos, a condição frequentemente não é reconhecida por profissionais de saúde, que tendem a relacionar as queixas à depressão ou outros distúrbios psiquiátricos. Isso pode levar a um ciclo de descrença e falta de apoio, especialmente para aqueles que usaram antidepressivos desde a adolescência e não possuem um histórico de saúde sexual anterior para comparar. Organizações como a PSSD Network buscam aumentar a conscientização sobre o problema e arrecadar fundos para pesquisas, refletindo a necessidade de uma maior visibilidade e compreensão do fenômeno.
Com o aumento das prescrições de antidepressivos durante a pandemia, a preocupação de que mais pessoas desenvolvam disfunção sexual irreversível é alarmante. Pesquisadores destacam que, apesar de estudos anteriores documentarem a PSSD, ainda não existem tratamentos específicos para essa condição. A falta de opções terapêuticas e a necessidade de mais investigações sobre os efeitos a longo prazo dos antidepressivos são temas urgentes que devem ser abordados para proteger a saúde sexual dos pacientes.