A diretora-gerente do Fundo Monetário Internacional (FMI), Kristalina Georgieva, destacou que a China precisa reavaliar seu modelo econômico, que atualmente depende fortemente das exportações, para evitar um crescimento mais lento e problemático. Segundo Georgieva, se a China continuar nesse caminho, seu crescimento pode cair abaixo de 4% no médio prazo, um cenário que poderia gerar sérios desafios sociais e econômicos para o país. Ela enfatizou que a economia chinesa atingiu um ponto em que a dependência das exportações se torna insustentável, necessitando de um foco maior no consumo interno.
Georgieva elogiou os recentes planos de estímulo fiscal da China como um passo positivo, mas ressaltou que reformas mais abrangentes são essenciais para revitalizar a confiança do consumidor, especialmente em um contexto marcado por uma crise imobiliária persistente. A falta de demanda interna levou a um aumento das exportações, resultando em tensões comerciais com outras nações, como os Estados Unidos e a Europa, que estão elevando tarifas para proteger suas indústrias. Ela afirmou que o FMI tem defendido reformas para nivelar o campo de atuação entre empresas estatais e privadas na China.
Por fim, a diretora do FMI reafirmou a necessidade de uma rede de segurança social mais robusta e investimentos em setores como saúde e educação para reduzir a necessidade de altas taxas de poupança. Respondendo a críticas sobre a postura do FMI em relação à política industrial da China, Georgieva insistiu que a instituição tem consistentemente solicitado reformas necessárias para alinhar a economia chinesa com as exigências do mercado global contemporâneo.