A exoneração de uma diretora da Fundação Saúde, ocorrida na última segunda-feira, levantou preocupações em meio a uma investigação relacionada a um laboratório que emitiu laudos com falsos negativos para HIV. Esse problema resultou na infecção de seis pacientes que receberam transplantes, gerando um clamor por uma auditoria no sistema de transplantes do estado. A diretora, que possui um histórico militar, havia sido cedida à Fundação em 2021 e não tinha vínculos diretos com a área de contratos, mas sua exoneração coincide com a apuração sobre a contratação do laboratório em questão.
Além da exoneração da diretora, outros diretores da Fundação Saúde também deixaram seus cargos, em um contexto de crescente escrutínio sobre práticas de gestão e contratações na área da saúde. A situação foi considerada inadmissível pela Secretaria de Saúde do estado, que, juntamente com o Ministério da Saúde, está monitorando de perto as investigações. Um dos sócios do laboratório investigado também está entre os principais alvos da apuração, o que acentua as preocupações sobre possíveis conflitos de interesse.
Em resposta a esses eventos, foi determinada uma auditoria pelo Denasus para investigar as irregularidades no sistema de transplantes e a contratação do laboratório. Enquanto isso, a testagem de todos os doadores de órgãos no estado será retomada exclusivamente pelo Hemorio, visando garantir a segurança e a eficácia dos procedimentos de transplante no Rio de Janeiro.