A disputa pelo controle do jogo do bicho no Rio de Janeiro revela um complexo cenário de poder e rivalidades familiares que se estende por quatro décadas. Desde os anos 1980, o jogo se consolidou como um importante mecanismo de influência nas comunidades cariocas, liderado por um grupo restrito de famílias notáveis. A passagem do poder entre essas dinastias, muitas vezes marcada por violência, retrata a luta pelo domínio territorial e os conflitos que surgem com a morte de líderes carismáticos.
As famílias mais proeminentes, como os Garcias, Castores, Guimarães, Escafuras e Abraãos, têm moldado a dinâmica do jogo ao longo dos anos. Cada uma delas estabeleceu sua própria rede de influência e controle, muitas vezes enfrentando guerras internas e externas por poder. As disputas de sucessão têm levado a assassinatos e rivalidades acirradas, evidenciando um ciclo contínuo de conflitos que perpassa gerações. A morte de figuras centrais, como Miro e Maninho Garcia, e a sucessão por seus descendentes, acentuaram as tensões, refletindo uma luta incessante pelo legado familiar e pelo domínio do jogo.
A situação atual do jogo do bicho é marcada por uma crescente tensão entre os diferentes grupos, com acusações e investigações relacionadas a crimes graves. As novas gerações, como os filhos e netos dos contraventores originais, estão inseridas em um contexto onde as rivalidades familiares e a busca por poder permanecem como elementos centrais. Essa narrativa de luta pelo controle e influência destaca a complexidade das relações no submundo carioca, que continua a desafiar as autoridades e a moldar a cultura local.