Uma cartilha produzida pela Defensoria Pública do Distrito Federal em colaboração com a Universidade de Brasília visa promover a conscientização sobre o racismo por meio da identificação de palavras e expressões consideradas ofensivas. O material inclui um dicionário antirracista que não apenas lista os termos problemáticos, mas também explica suas conexões históricas e culturais com o racismo. De acordo com a defensora Emmanuela Saboya, a educação sobre essas questões é essencial para melhorar o atendimento da Defensoria e transformar a forma como a sociedade se comunica.
Entre os termos abordados, o dicionário destaca expressões como “inhaca,” que carrega uma conotação negativa ligada a uma ilha de Moçambique, e “humor negro,” que associa a cultura negra a temas mórbidos e ruins. Além disso, termos como “mulata” e “crioulo” são discutidos por sua carga pejorativa, revelando a necessidade de repensar o uso da linguagem que perpetua estereótipos raciais. A cartilha busca não apenas eliminar o uso dessas palavras, mas também fomentar um diálogo mais respeitoso e inclusivo.
A iniciativa ocorre em um contexto em que os casos de racismo no Brasil têm aumentado, especialmente no futebol. O dicionário antirracista representa um passo significativo em direção à conscientização e à eliminação do racismo na sociedade, convidando a população a refletir sobre o impacto de suas palavras e atitudes. A Defensoria Pública e a Universidade de Brasília pretendem expandir esse material, com o objetivo de engajar mais pessoas nessa importante discussão.