As eleições municipais em Curitiba e Porto Alegre destacam desigualdades sociais significativas, refletidas nas diferenças de expectativa de vida e na disparidade salarial entre gêneros. Em Curitiba, a expectativa de vida para negros é de 61,8 anos, enquanto para brancos e amarelos é de 71,5 anos, resultando em uma diferença de 9,7 anos. Em Porto Alegre, esses números são semelhantes, com uma diferença de 9,5 anos. Além disso, as mulheres nas duas capitais recebem salários consideravelmente inferiores, com Curitiba apresentando uma disparidade de 27,28% em relação aos homens e Porto Alegre de 23,73%. O Instituto Cidades Sustentáveis ressalta que essas questões exigem atenção urgente por parte das políticas públicas.
A qualidade da educação também é um tema relevante, com Porto Alegre registrando um dos índices mais baixos no Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) e Curitiba apresentando desempenho superior. Essa disparidade levanta questões sobre o comprometimento com a educação em uma cidade rica como Porto Alegre, onde a infraestrutura não parece se traduzir em qualidade educacional adequada. A gestão de riscos também se torna um ponto central, especialmente após as recentes enchentes em Porto Alegre, que afetaram milhares de pessoas. O Instituto Cidades Sustentáveis aponta que a cidade não está suficientemente preparada para lidar com desastres naturais, evidenciando a necessidade de estratégias eficazes.
As campanhas eleitorais estão sendo impactadas por essas questões, com os candidatos em Curitiba e Porto Alegre discutindo temas como segurança pública e transporte. Em Curitiba, a insegurança no centro da cidade e a qualidade do transporte público são preocupações primordiais, enquanto em Porto Alegre o debate gira em torno das consequências da desestatização da companhia de ônibus. As próximas eleições, agendadas para o dia 27 de outubro, deverão revelar como essas desigualdades e desafios influenciarão as decisões dos eleitores nas duas capitais.