Os resultados de produção da Vale (VALE3) marcaram o início da temporada de divulgação de resultados do terceiro trimestre de 2024 (3T24) para as empresas de matérias-primas. Analistas estão atentos às performances dos setores de papel e celulose, siderurgia e mineração, que têm um impacto significativo no Ibovespa. A expectativa é que a celulose mantenha uma resiliência maior, enquanto as siderúrgicas apresentem um desempenho superior ao das mineradoras, especialmente em meio a recentes anúncios da China que têm influenciado o mercado.
Com a queda nos preços do minério de ferro afetando os mineradores, a XP projeta resultados relativamente melhores para as siderúrgicas, como Gerdau (GGBR4), Aura (AURA33) e CBA (CBAV3). A Gerdau, em particular, é vista como estando em um ponto de inflexão em sua rentabilidade no Brasil, apesar de um desempenho mais fraco na América do Norte. Já a Usiminas (USIM5) deve enfrentar um ambiente desafiador devido aos custos elevados. O Bank of America, por outro lado, prevê um trimestre difícil para as mineradoras, com expectativa de resultados fracos devido aos preços baixos das commodities, embora as siderúrgicas possam se beneficiar do aumento dos preços do aço.
No segmento de papel e celulose, os resultados são esperados como neutros, com a Suzano enfrentando desafios em volumes de vendas e a Klabin projetando uma queda no Ebitda devido a manutenções. Apesar da queda nos preços da celulose, a força dos benchmarks europeus em relação à China e a desvalorização do real devem ajudar a mitigar os impactos negativos. As expectativas são de que as siderúrgicas brasileiras apresentem resultados sólidos, enquanto as mineradoras e empresas de papel e celulose enfrentem desafios devido à pressão dos preços realizados.