O real teve um desempenho negativo entre as principais moedas de mercados emergentes nesta sexta-feira, resultado de declarações do presidente Luiz Inácio Lula da Silva sobre um possível aumento nos gastos públicos. Ao sugerir uma faixa de isenção maior para o Imposto de Renda e a compra de aviões para o governo, Lula deteriorou o sentimento do mercado em relação ao quadro fiscal do Brasil. O dólar fechou em alta de 0,50%, a R$ 5,6151, acumulando uma elevação de 2,92% na semana. Esse cenário foi exacerbado por preocupações fiscais, conforme apontado pela economista-chefe da Armor Capital.
No início do dia, o dólar chegou a recuar frente ao real, alinhando-se a tendências externas e a dados econômicos mais fracos. Contudo, essa recuperação não se sustentou, especialmente após o anúncio de novas isenções de impostos, que poderiam reduzir a arrecadação. Especialistas alertam que essa estratégia pode ser inflacionária, uma vez que a diminuição de tributos coloca mais dinheiro nas mãos da população, potencialmente aumentando o consumo e a inflação. O mercado, portanto, busca medidas de corte de gastos, em vez de aumentos nas despesas governamentais.
Além disso, a Fitch Ratings indicou que o Brasil ainda não está em uma trajetória clara para uma melhora em seu rating, sendo necessário primeiro equilibrar as contas. Para o fim de semana, os investidores estarão atentos a uma coletiva de imprensa do governo da China, na expectativa de novos estímulos que possam elevar os preços das commodities, proporcionando assim um suporte adicional para o real.