O desempenho da Enel no restabelecimento de energia após o apagão ocorrido na última sexta-feira (11) foi considerado insatisfatório, superando o tempo de resposta do blecaute de novembro de 2023. Durante uma coletiva de imprensa, o diretor presidente da Agência Reguladora dos Serviços Públicos do estado de São Paulo (ARSESP) destacou que, enquanto no evento de novembro a empresa conseguiu restabelecer 60% do abastecimento em 24 horas, desta vez esse patamar foi atingido apenas após 42 horas. A situação levantou preocupações sobre a capacidade de mobilização da Enel, especialmente considerando o plano de contingência que previa a atuação de 2.500 funcionários em situações extremas, enquanto apenas 1.700 estavam em campo.
Além do tempo de resposta, o evento trouxe à tona questões sobre as multas aplicadas à Enel por sua performance em eventos anteriores. A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) impôs uma multa recorde de R$ 165 milhões após o apagão do ano passado, embora a empresa tenha contestado essa penalidade na Justiça. A Aneel anunciou que uma nova intimação será feita à distribuidora, que terá um prazo de 60 dias para se manifestar, mas enfatizou que o foco atual deve ser o restabelecimento do serviço, ao invés de sanções imediatas.
A situação se agravou após uma tempestade que resultou em sete mortes e deixou mais de 2,1 milhões de pessoas na região metropolitana de São Paulo sem energia. Até o final da coletiva, apenas 67% dos clientes haviam tido a energia elétrica restabelecida. A ausência de um cronograma claro para a total recuperação do serviço foi mencionada pelo presidente da Enel, aumentando a insatisfação das autoridades e da população afetada.