A seca histórica que atinge a Amazônia revelou, recentemente, diversas peças de cerâmica antigas, incluindo um jarro de barro bem preservado e outras sete peças quebradas. Os artefatos foram encontrados por dois pescadores em Urucará, município a 260 quilômetros de Manaus, enquanto buscavam peixes típicos da região. A descoberta ocorreu em um sítio arqueológico conhecido por suas formações rochosas e gravuras rupestres, e é parte de um fenômeno que já expôs outros achados, como as ruínas de um forte português e canhões de bronze, devido aos baixos níveis dos rios.
Preocupados com a preservação dos objetos, os pescadores decidiram retirar as cerâmicas da água, uma vez que a área é muito movimentada. A prefeitura de Urucará informou que já acionou o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) para a avaliação e coleta dos artefatos. O secretário de Cultura do município mencionou a proposta de criação de um museu local para abrigar as peças, destacando a importância da preservação do patrimônio arqueológico da região.
A seca de 2024 tem impactado mais de 800 mil pessoas no Amazonas, com os rios alcançando suas menores cotas já registradas, o que dificulta o transporte de suprimentos essenciais. Contudo, o cenário de estiagem parece estar se aproximando do fim, com previsões de aumento nos níveis dos rios nos próximos dias. As autoridades locais estão orientando a população sobre a conservação dos sítios arqueológicos, dada a recorrência de descobertas semelhantes na área.