Em entrevista ao WW, o professor de economia chinesa Roberto Dumas afirmou que é improvável que alguma moeda substitua o dólar nas transações globais nos próximos dez anos. Segundo ele, a posição do dólar é mantida por políticas econômicas e estruturas de governança dos países que poderiam desafiar sua hegemonia, com destaque para a China. Dumas ressaltou que o governo chinês provavelmente não permitirá que os bancos atuem de maneira independente do Partido Comunista, o que inviabiliza a liberalização do mercado financeiro.
Dumas apontou os obstáculos significativos que a China enfrentaria para que sua moeda se tornasse uma alternativa viável ao dólar, como a necessidade de liberalização do mercado, a abertura da conta de capital e a flutuação livre de taxas de juros e câmbio. O especialista destacou o dilema enfrentado pelos líderes chineses, que, ao buscar crescimento econômico, mantêm políticas que garantem controle sobre o sistema financeiro, o que contrasta com a necessidade de um ambiente econômico mais liberal.
Além disso, Dumas comentou sobre outras moedas, como o euro, que não conseguiram substituir o dólar como moeda dominante nas transações internacionais devido à falta de um federalismo fiscal completo. Ele enfatizou que, enquanto a China continuar com seu atual sistema político e econômico, a probabilidade de qualquer moeda, incluindo a chinesa, desafiar seriamente a hegemonia do dólar é baixa nos próximos dez anos.