O ex-chanceler Celso Amorim, atual assessor especial do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, destacou que o governo brasileiro enfrenta um desconforto nas relações com o regime venezuelano de Nicolás Maduro. Amorim mencionou que o Brasil se opôs à inclusão da Venezuela no Brics, decisão que reflete a postura diplomática do governo em relação ao chavismo. Ele esclareceu que a deliberação sobre a entrada da Venezuela no bloco não foi formalmente votada, mas alcançada por consenso, considerando a falta de contribuição do país para o funcionamento do Brics.
Além disso, Amorim enfatizou que o Brasil não apoia uma expansão indiscriminada do Brics, afirmando que a Venezuela não cumpre os critérios necessários para ser um membro ativo. O ex-chanceler expressou a disposição do Brasil em mediar um possível acordo entre a oposição e o governo venezuelano, ressaltando a importância de evitar conflitos na região amazônica. Essa mediação reflete a busca por uma abordagem mais cautelosa e diplomática nas relações bilaterais.
Amorim também comentou sobre o deterioramento das relações Brasil-Venezuela após a decisão do governo Lula de não reconhecer a reeleição de Maduro, citando indícios de fraude no processo eleitoral. Ele trouxe à tona a questão da dívida da Venezuela com o Brasil, que ultrapassa US$ 1,280 bilhão em parcelas atrasadas, além de juros, evidenciando os desafios financeiros e diplomáticos que permeiam a interação entre os dois países.