O presidente do Banco Central do Brasil, Roberto Campos Neto, abordou, em um evento com investidores realizado em Washington, os desafios fiscais enfrentados pela economia global. Ele destacou que a redução dos déficits fiscais na maioria dos países, não apenas no Brasil, se deve ao aumento da arrecadação tributária e não a cortes de gastos. Campos Neto ressaltou que, após a injeção maciça de recursos durante a pandemia, a dívida pública cresceu sem que houvesse uma consolidação fiscal significativa em diversas economias.
Durante sua apresentação, o presidente do BC enfatizou a queda da produtividade em muitos países, o que pode impactar o crescimento econômico. Além disso, mencionou que a fragmentação das cadeias de produção representa um desafio estrutural, principalmente pelo custo elevado da realocação das fontes de suprimento. Esse fenômeno pode complicar ainda mais a recuperação econômica global.
Por fim, Campos Neto apontou que o mundo está começando a compreender os custos associados à transição para uma economia mais verde, embora essa mudança seja essencial. A discussão, que ocorreu em paralelo às reuniões do Fundo Monetário Internacional, reflete a crescente preocupação dos bancos centrais com a situação fiscal, destacando a importância de um planejamento sustentável e efetivo para o futuro econômico.