Henrique Meirelles, ex-ministro da Fazenda e ex-presidente do Banco Central, lançou seu livro “Calma Sob Pressão”, onde compartilha aprendizados de sua trajetória na gestão econômica do Brasil. Em entrevista, ele enfatizou a necessidade de uma reforma administrativa cuidadosa, destacando que um modelo bem-sucedido em São Paulo gerou um saldo orçamentário de R$ 52 bilhões. Ele acredita que a implementação de medidas semelhantes no governo federal poderia resultar em uma economia de R$ 150 bilhões a R$ 200 bilhões, embora reconheça a resistência que tais mudanças podem enfrentar.
Ao discutir o trabalho do atual presidente do Banco Central, Meirelles ressaltou que a principal missão é manter a inflação sob controle e garantir o crescimento econômico sustentável. Ele avaliou que a recente nomeação de diretores pelo governo atual poderia trazer uma maior confiança em relação às decisões tomadas, o que ajudaria a mitigar atritos entre o Banco Central e o Executivo. Meirelles também elogiou o trabalho do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, que tem buscado equilibrar as expectativas políticas e econômicas, enfrentando desafios relacionados à expansão fiscal e à gestão orçamentária.
Sobre o futuro da economia brasileira, Meirelles prevê um crescimento moderado entre 2,5% e 3%, enfatizando que reformas estruturais, como a tributária e a administrativa, são cruciais para aumentar a produtividade e a estabilidade econômica. Ele acredita que, com um cenário político equilibrado e um Banco Central independente, o Brasil está em uma posição favorável para evitar crises, permitindo um crescimento contínuo e sustentável, desde que as reformas necessárias sejam implementadas de forma eficaz.