A proposta do ex-presidente de deportar em massa imigrantes sem visto, caso seja reeleito, levanta questões jurídicas, financeiras e logísticas significativas. Estima-se que aproximadamente 11 milhões de migrantes indocumentados residam nos Estados Unidos, muitos deles há mais de uma década. Embora a campanha tenha apresentado um número inicial de um milhão de deportações, especialistas alertam que tal medida exigiria a expansão do sistema judicial de imigração, que já enfrenta sobrecargas e atrasos, além de uma maior colaboração entre as autoridades locais e o ICE, a agência de imigração.
Os desafios logísticos são igualmente complexos. Para atingir as metas de deportação, seria necessário um investimento substancial em recursos e pessoal, além de um aumento considerável nas operações de transporte. Atualmente, o ICE possui cerca de 20 mil agentes, uma força considerada insuficiente para realizar um plano de tal magnitude. O uso de forças militares, embora mencionado, historicamente teve um papel limitado nas deportações, levantando dúvidas sobre a viabilidade de executar uma operação tão ampla.
Além dos desafios práticos e jurídicos, a proposta também apresenta riscos políticos. Especialistas indicam que as deportações em massa poderiam gerar uma forte reação negativa da opinião pública, especialmente em comunidades que veriam seus membros sendo deportados. A comparação com operações anteriores, como a de 1954, revela que o contexto atual é muito diferente, tornando a implementação de um programa semelhante mais difícil. A falta de um devido processo legal e o perfil diversificado dos migrantes atuais também complicam o cenário, apontando para um futuro incerto em relação a qualquer iniciativa de deportação em larga escala.