O déficit habitacional no Brasil atinge cerca de 5,8 milhões de famílias, agravado por fatores como o crescimento populacional e a falta de diretrizes claras nas políticas públicas de construção. A burocracia e a inconsistência nas normas municipais representam barreiras significativas para a construção de moradias de qualidade e acessíveis. A padronização das normas urbanísticas e a modernização dos processos de licenciamento são essenciais para destravar esse cenário, especialmente em áreas urbanas como São Paulo, onde a implementação de tais medidas poderia facilitar a construção de novas moradias sustentáveis.
Além da padronização, a adoção de técnicas inovadoras de construção, como a pré-fabricação e a modularização, pode reduzir os custos e acelerar a entrega de unidades habitacionais. Exemplos de boas práticas em outros países, como a Suécia e a França, mostram que é possível aliar eficiência à qualidade. No Brasil, iniciativas que promovem a construção sustentável e o reaproveitamento de terrenos subutilizados são caminhos viáveis para atender à demanda habitacional crescente, especialmente em áreas com infraestrutura existente.
Para enfrentar o déficit habitacional, é fundamental estabelecer um pacto social que una governo, empresas e sociedade civil, promovendo um diálogo constante e a harmonização das legislações em todos os níveis. Com um ambiente regulatório mais favorável, o Brasil poderá acelerar a produção de moradias, atendendo assim às necessidades de sua população, principalmente das famílias de baixa renda. O desafio requer não apenas ações isoladas, mas uma abordagem coordenada e integrada entre os diferentes agentes envolvidos.