O retorno do Talibã ao poder no Afeganistão resultou na anulação de milhares de casos judiciais, especialmente aqueles que garantiam direitos às mulheres. Uma jovem, que conquistou seu divórcio após uma luta judicial de dois anos, agora se vê sem proteção legal, pois o Talibã não reconhece a decisão anterior. Com sua liberdade ameaçada, ela foi forçada a fugir para escapar de um marido que tentava reverter o divórcio em um tribunal que não a permitiu se defender.
Desde que reassumiram o controle, as autoridades talibãs revisitaram casos anteriores, alegando que as decisões sob o governo anterior não respeitavam a sharia, a lei islâmica. O sistema judicial foi reestruturado, com a substituição de juízes por indivíduos que compartilham as visões radicais do Talibã. As mulheres foram removidas do sistema, sendo consideradas incapazes de atuar na justiça, o que gerou um sentimento de desamparo entre aquelas que antes trabalhavam para defender os direitos femininos.
Apesar das promessas de acabar com a corrupção e estabelecer justiça, a situação das mulheres continua a deteriorar-se. A falta de suporte e reconhecimento em instâncias judiciais deixa muitas mulheres sem voz e sem opções. Uma jovem expressa sua frustração, questionando onde está o apoio internacional, uma vez que, apesar de ter buscado ajuda, se sente invisível e desprotegida.